Noé


Achei o filme muito bom e vou lhes dizer por que. Achei o filme muito bom e vou lhes dizer por que. 

PRIMEIRO, como instigador da imaginação, quando tenta preencher os vazios que o relato bíblico não explica, como a família sozinha construir algo gigantesco como uma arca, a madeira para a construção, a continuidade da vida humana após o dilúvio. O Édem ainda estava muito “colado” aos eventos do tempo de Noé, então, pode ser que alguns efeitos sobrenaturais ainda tivessem acontecendo na terra. A menção dos guardiões que caíram tendo Samyaza como líder, encontra respaldo no livro apócrifo de Enoque incluindo o julgamento de todos eles. (O excelente romance Nephilim de autoria do Caio Fábio pode ser uma forma de aprofundar o assunto). Gigantes são encontrados naturalmente no livro de Gênesis e o relato misterioso dos filhos e Deus que possuíram as filhas dos homens gerando seres colossais, os varões de renome. Na carta de Pedro e Judas encontra-se o relato desse fato, de como eles caíram e foram banidos como disciplina de Deus. 

 SEGUNDO, porque tenta explicar o conflito íntimo de Noé, absorvendo a culpa da morte de milhões de seres humanos. Deus quer mesmo que nossa família sobreviva? Somos mesmo bons? Ou nossa natureza é essencialmente má? Mesmo sobrevivendo ao dilúvio, vamos todos morrer sem gerar descendentes e deixar a terra para os animais que são de fato os únicos inocentes e merecedores de um mundo novo? Isso pode ter acontecido nas entrelinhas. 

 POR ÚLTIMO, o apelo ecológico tão necessário ao homem que depreda e destrói o planeta, a casa que Deus deixou para que nós, como mordomos cuidássemos dela. Gostei mesmo. Mesmo porque cinema É ENTRETENIMENTO E DIVERSÃO. Agora, se quero ter o relato fiel do que aconteceu, devo recorrer à Bíblia que é Fonte de poder transformador a partir do nosso interior e suficiente para mudar radicalmente a vida de todo aquele que crê.

Comentários

jacksonzi disse…
Muito legal pastor!
Este comentário foi removido pelo autor.
Andreza Carla Lopes disse…
Pronto... muito bom Pastor... goste da sua percepção.. gostei do filme!!! Abçs p vc!!!
Muito bom pastor adorei suas pontuações!!! Parabens!!!
Unknown disse…
Lendo isso lembrei-me da palavra do pastor no culto de domingo em uma igreja de Boa Vista: "não assistam esse filme, pois ele contradiz a palavra..."

Meu amigo e irmão Manoel, sua abordagem demonstra maturidade cristã!
Heleno Filho disse…
Você disse tudo, meu querido. Ninguém deve ir ao cinema para aprender teologia.

Lembro das críticas que eu ouvi acerca do filme: "Todo Poderoso". Pessoas achando uma blasfêmia etc. Pelamor! E do filme "Deus é brasileiro"?

Valeu!!
Heleno Filho disse…
Você disse tudo, meu querido. Ninguém deve ir ao cinema para aprender teologia.

Lembro das críticas que eu ouvi acerca do filme: "Todo Poderoso". Pessoas achando uma blasfêmia etc. Pelamor! E do filme "Deus é brasileiro"?

Valeu!!
Luca Martins disse…
é isso mesmo, Manoel! Qualquer relato passa por um filtro organizador. O filme reconta uma velha e conhecida história com recursos audiovisuais dentro do atual contexto. Nem mesmo uma tradução se mantém 100% fiel ao texto original, pois não temos as nuances e relações de sentido de quando foi escrito. Por que exigir do cinema essa fidelidade de sentido, se nem nós mesmos o fazemos ao reviver e recontar uma experiência? O filme procura seguir os padrões dramatúrgicos ocidentais e hollywoodianos, mantendo algumas estruturas e adequando outras para o espectador hodierno. Não há porque condenar um produto cultural que se propõe a entreter e recontar as histórias, muito além de só ilustrá-las, por trazer seu modo de fabular, de rearranjar os "fatos". Nem sei porque isso ainda é uma questão pras pessoas. Talvez não consigam perceber sua própria natureza e dos sermões. Será que lêem as parábolas de Jesus?

Só vi o filme uma vez, não dá pra avaliar muito, mas ele é um filme convencional no roteiro, com uns planos bem interessantes, com a incoerência de um Noé justo, mas que impede de pessoas, que querem, entrarem na arca. Mas acho excelente esse Noé que tb se equivoca com relação a ter uma parte da revelação de Deus e daí se emperrar numa lógica própria, achando que Deus quer algo, sem poder ter toda a interpretação. Plausível: uma lição para os que querem moldar Deus dentro de suas lógicas e interpretações exclusivistas.

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