50 anos - uma mini-auto-biografia autorizada
Parecia que chegar aos 50 anos era um ponto difuso e muito distante no horizonte da existência. Mas chegou e já passou. Parando para avaliar...Tudo que fiz, realizei, empreendi e conquistei nesses 50 anos de existência, o fiz graças à Deus. Deus me livrou e tem preservado minha vida em muitas circunstâncias, mesmo as mais obscuras repletas de ambigüidades, questionamentos e dores.
Como começar o resumo miniatura de minha auto-biografia?
Doença estranha
Uma das histórias que meu pai contava repetidamente era a que quando tinha apenas 1 ano de vida, fui acometido por uma doença misteriosa que consistia em uma febre permanente e em uma anemia profunda, fruto de uma mononucleose infecciosa que inoculou-se em meu organismo. A medicina em Manaus esgotou todas as possibilidades de cura consistente. Aqui fui desenganado pelos médicos, os quais, depois de me bombardearem com toda sorte de antibióticos, aconselharam meus pais a buscarem auxílio em centros mais avançados. Minha mãe dizia que eu já aparentava a figura de um anjinho, outros diziam que eu era dessas crianças que não se criava, pois pertencia ao céu.
Meu pai, homem temente a Deus, me ergueu nos braços, e fez uma oração a Deus: “Senhor, se for para meu filho viver para a glória de Deus, eu o consagro para o teu serviço, e o entrego nas tuas mãos”.
Meu pai trabalhava no Banco do Brasil, pediu transferência para o Rio de Janeiro e mudou para lá, com toda a família, na esperança de que lá, os médicos pudessem dar um diagnóstico mais apurado e onde a medicina pudesse dar as respostas certas e receitasse os remédios que eu precisava para ser curado. Um desses onde me levaram, falou para meu pai não se preocupar pois assim com a doença se instalara, assim ela desapareceria sem mais nem menos. E assim foi. De repente a febre sumiu, os sintomas da doença foram desaparecendo, e eu fui me recuperando gradativamente, até ficar completamente são.
Me tornei um menino muito franzino. Minha magreza era algo que todos notavam. Porém não era uma criança doente, apesar de ser assaltado por crises sistemáticas de enxaqueca que me faziam sofrer muito, pois a crise vinha de supetão, minha visão rapidamente se fragmentava vendo um turbilhão de imagens distorcidas, vendo as coisas pela metade, meus membros eram torcidos por um formigamento que me deixavam muito perturbado. Depois vinham as náuseas e para terminar, a dor violenta na cabeça. Aonde eu estava, ou brincando na rua, ou em sala de aula tinha de deitar e ficar aguardando alguém de casa para me buscar. O médico dizia que essas crises de enxaqueca eram de origem emocional e física. Emocionalmente eu não podia ter grandes alegrias ou grandes tristezas. Senão ela vinha. Fisicamente, eu não podia comer muita gordura, como amendoim, chocolate ou queijo, ou seja, só aquelas comidas que eu adorava, senão ela vinha.
Mas essas lembranças já não assombram mais e se diluem no horizonte do tempo, e as recordações negativas se desvaneceram com o passar dos anos, apesar de ter vez ou outra, crises de enxaqueca, ainda hoje.
Infância
Mas apesar de tudo isso, a vida sorria para mim. Minha infância na rua Luiz Antony foi marcada pela liberdade, pelo cheiro de chuva, quando molhava a calçada e o vapor morno subia do chão. Naquela época havia tempo pra todo tipo de brincadeira. Tempo do papagaio, tempo do pião, tempo do canga-pé, Tempo da bolinha. Tempo do Festival Folclórico no campo do General Osório (hoje Colégio Militar). Tempo das luzes mágicas de Natal na Eduardo Ribeiro, e do som inconfundível da harpa de Papi Galan ecoando das casas.
Cadeiras na calçada
Todas as noites, os adultos colocavam as cadeiras de balanço na calçada para conversar. Os meninos brincavam de barra-bandeira, garrafão e manja. As meninas formavam um grande roda no meio da rua (raramente passava algum carro). Eram noites fantásticas. Hoje me dia, sentar-se na calçada, pode ser um convite a um assalto ou a ameaça de algum acidente. É melhor ficar em casa e bem trancado!
Primeiro Amor
Meu primeiro amor aos 14 anos foi um tanto quanto platônico. Eu ficava só de longe, olhando extasiado. Pra mim ela não era humana, era uma espécie de elfa saída dos contos de fada dos irmãos Grimm. Cabelos compridos e negros como o olho do guaraná, pele alva como farinha de tapioca, e o andar era mais uma levitação hetéria do que um simples caminhar. Cheguei a segui-la algumas vezes. Entrava na loja Populares, e eu abicorando à distância, entrava na Lobrás e eu, amutocado só observando. Dobrou na 7 de setembro em direção à praça da prefeitura. A jornada terminou quando descobri que ela morava em uma casa antiga de um casario na rua Bernardo Ramos nas proximidades do museu. Mas do âmbito puramente platônico passamos a conversar, a dar tempo um para o outro, na hora do recreio sentávamos no banco do jardim interno do IEA e eu a lhe presentear com desenhos caprichados e caricaturas engraçadas que a deixavam ruborizada de vergonha quando a presenteava (vocês não imaginam o poder sedutor de saber desenhar sobre as meninas). Mas o romance terminou de forma triste. Ela viajou de volta para sua terra natal. E eu experimentei os primeiros dissabores de uma amor impossível.
Com o decorrer do tempo, apesar de minha aparência esquálida (e isso não me infundiu nenhuma espécie de complexo), angariei um certo charme perante as garotas. Acho que era a lei da compensação: aparência fraca, papo firme.
Herança Cultural
Minha base cultural e de meus irmãos, foi articulada cuidadosamente por meu pai. Ele desde cedo nos introduziu nos contos de Monteiro Lobato, Julio Verne e Alexandre Dumas. Em nossa estante no corredor, tinham muitos clássicos da lingua portuguesa, como livros de Machado de Assis e Érico Veríssimo. Havia um exemplar do Tesouros da Juventude, do Titãs da Literatura e os clássicos de Saint Exupèrry, O Pequeno Príncipe e Cidadela.
Quadrinhos
E ainda tinha os quadrinhos deliciosos. Além de leitor compulsivo, meu pai adorava ler histórias em quadrinhos. Assim, todo final de mês, papai nos levava à Livraria Escolar comprar revistas do Tio Patinhas, Pato Donald, Mickey, Recruta Zero, Mandrake e o Fantasma. Era uma festa.
Mais tarde tive acesso ao Asterix, ao Tintim, ao Lucke Luke e todos os quadrinhos franceses de Gilliard , Moebius, Arno e Bourgeon que compõem meu acervo de HQ que coleciono até hoje.
músicas
Me lembro que havia uma eletrola Telefunken, alta fidelidade no canto da sala. Ali nos reuníamos para ouvir as historias infantis do Macaco e a Velha, da cigarra e a formiga, A formiguinha e a neve, A festa no céu, Chapelzinho Vermelho e tantas outras. Como não havia televisão, nossa diversão maior era ouvir rádio. As musicas que tocavam nas paradas de sucesso eram as dos Beatles, Renato e seus Blue Caps, Os Vips, Os Golden Boys, Trio Esperança, Trio Ternura, Roberto e Erasmo Carlos ,Vanderléia, Demétrius, Agnaldos Rayol e Timóteo, Altemar Dutra, Moacyr Franco e muitos outros. Ouvir o Teatrinho Infantil todos os dias às quatro horas da tarde, era uma atração imperdível.
Minha adolescência foi marcada pela revolução cultural da tropicália em meio à confusão da ditadura militar, por Woodstock com Jane Joplin e Jimmy Hendrix, e curtia as músicas de Simom and Garfunkel, John Denver, The Who, Rolings Stones, Chico Buarque, Caetano, Maria Betânia, Vinícius e Toquinho, Rita Lee, Antonio Carlos e Jô Caf e tantas outras feras da MPB daquela época e de hoje.
Experiência com Deus
Minha experiência com Deus se deu aos 15 anos, quando estava me afastando dos caminhos Dele, ao ponto de marcar o dia e a hora que sairia da igreja e depois avisaria aos meus pais. Nessa época, estava acontecendo um movimento espiritual que incendiou o coração de centenas de jovens que convergiram ao mesmo tempo para a Igreja Presbiteriana de Manaus. Em julho de 1974 foi preparada uma grande cruzada evangelística na quadra da Escola Tecnica e o pregador seria o jovem Caio Filho, moço que era drogado, brigão e rebelde. Agora era outro, cheio de amor, pregava com eloquência, apesar de ter somente 18 anos. Me convidaram para fazer parte do coral. Quando fui ao ensaio e entrei na nave da IPM pela primeira vez, eu senti de cara o impacto de um ambiente diferente. Havia algo quase que palpável no ar. Sentei por ali, em meio a uns 30 jovens sentados no chão, com suas calças pantalonas e tamancos de madeira, mas vi muitos quebrantados, olhos marejados, completamente absorvidos pela palavra que saia dos lábios de um cara cabeludo e barbado, com jeitão de hippie, corpo franzino de tanto jejuar, mas refletia no rosto a luz de um anjo. Naquela tarde de domingo , durante um ensaio, senti a presença de Deus como nunca antes. Desisti imediatamente da idéia de abandonar os caminhos Do Senhor.
Chamada para o Ministério
Meu chamado pro ministério veio numa época que estava morando em Recife com seus pais. Naquele tempo freqüentava a Igreja Presbiteriana de Boa Viagem. Durante os dias no acampamento Palavra da Vida senti claramente uma chamada específica para ser um pastor. Quando compartilhei alegremente com a namorada minha vocação repentina, ele se constrangeu e pediu para terminamos o namoro, pois não possuia as prerrogativas mínimas para ser mulher de pastor. Fiquei triste, mas superei. Imaginem vocês, a alegria de meus pais quando dei a notícia. Associaram imediamente à consagração feita anos atrás, quando me ergueram me devolvendo ao Senhor, como Ana fez no Antigo Testamento.
Entrei no Seminário Presbiteriano do Norte no ano de 1979.
Recife. SPN. 1979. À procura de uma esposa
Por incrível que pareça, entrei em crise sentimental aos 19 anos. Precisava, por todos os modos, encontrar a mulher com quem deveria casar e compartilhar toda a minha vida. Acontece que havia uma garota chamada Marilena que sempre foi apaixonada por mim, mas eu, como meio entorpecido, não dava muita chance para uma relacionamento consistente. Namorávamos, mas acabamos diversas vezes. Em meio à “crise”, lembrei dela. Fui à estante e retirei várias cartas que Lena havia escrito, que sem ler, guardava em uma caixa de papelão.
Li, reli, depois li de novo. Fiquei impressionado com a firmeza de suas palavras, a força convicta de seu amor apaixonado por mim. Então caiu a ficha e tudo se esclareceu. Era ela. Voltei a Manaus com a intenção de reconquistá-la. Em janeiro de 79 noivamos. No intervalo entre o noivado e o casamento, aflorou minha veia poética quando em meio à inúmeras cartas, discorri sobre sobre “Os sons da Noite”, em certa madrugada que perdi o sono de tanta saudade. Em julho de 80 casamos. O Caio fez nosso casamento. A Lena Chorou do início ao fim.
Final do tempo em Recife
Moramos dois anos em Recife e foi onde o Micael nasceu, no Hospital Português. Naquele tempo não dava para saber se era menino ou menina. Quando a luz azul acendeu, ouviu-se o alarido de 20 seminaristas que comemoravam eufóricos, no corredor do hospital.
Moramos em uma apartamento perto do seminário. Tudo nosso era muito simples. Mas foi um dos melhores momentos de nossas vidas.
Volta definitiva a Manaus
No final do curso do seminário voltamos para Manaus. A Lena estava grávida da Mical. No ano de 1983 fomos trabalhar em uma Igrejinha em um bairro carente de Manaus, o Alvorada, que estava no início de sua urbanização. Foram anos de experiências marcantes no início do ministério. Deus me presenteou com uma família linda, enriquecida em 1984 com o Marcos e em 1986 com a chegada da Marta, hoje todos os meus filhos são envolvidos na causa do Reino.
Igreja Presbiteriana de Manaus
Em 1985 fomos para a Igreja Presbiteriana de Manaus convocados pelo pastor Caio Fabio D’Araújo. Foi um tempo de grande prosperidade em nossas vidas. Cuidamos de muitos jovens que conviveram de perto e quase moravam em nossa casa. Muitos até hoje nos ligam ou escrevem, reconhecendo o quanto foram amados, agradecem a formação espiritual informal que tiveram em nosso convívio.
Foi na IPM que aprendemos a trabalhar com jovens. Foi na IPM que forjamos o ministério de louvor, estruturamos a classe de jovem da EBD e o Departamento Infantil, que criamos o Musical de Páscoa Paixão pela Vida, que aperfeiçoamos nossos retiros de mocidade. Foram 22 anos de investimento em vidas, abrimos o coração e a casa, tempo precioso de muito convívio e crescimento nos relacionamentos com centenas de pessoas. Nesse período fundamos a congregação Grão de Mostarda e criamos o culto de segunda feira, que se tornou palco de avivamento, com a afluência de centenas de pessoas, e que se tornou o maior culto da semana, durante 3 anos consecutivos. Graças ao Senhor Deus, todos os ministérios que vieram à minha mão, Ele fez properar, como até hoje.
2004 – tempestade à vista!
Esse foi um tempo de muitas provações. Tempo de crise da meia idade. De carência afetiva, de reafirmação do ser homem. Em todo tempo de ministério, Deus me livrou de muitas quedas na área sexual. Desde o tempo do seminário. Mas o período entre 2004 e 2006 foi um tempo de maior perigo nessa área. Quando as crises afloraram, e os fatos vieram à tona, a igreja não soube lidar com um assunto, o qual deveria ser abordado como prevenção natural e não como ação disciplinar extrema com notificação pública e afastamento do ministério. Quando veio a acusação de assédio sexual (eu teria cantado uma senhora pelo telefone). No momento tentei lembrar o ocorrido. Realmente havia conversado com a dita pessoa. Reconheci que expressei conteúdo malicioso nas conversas ao telefone. Então, eu pedi que a situação fosse resolvida baseada em Mateus 18, e em primeira instância, como diz o texto, chamassem as pessoas envolvidas e tratássemos o assunto de forma discreta para não envolver a igreja, afinal, acusação contra presbítero é coisa seríssima, por isso, deveria ser acompanhada por duas ou tres testemunha conforme determinação bíblica. Meu pedido foi rejeitado. Do confronto com o conselho em um dia, meu caso foi exposto em público no domingo seguinte. Da primeira instância pulou para a última, inexplicavelmente.
Sabem? Naquele momento específico de minha vida, eu estava precisando mesmo era de acompanhamento, não de fiscais da moral espreitando minha liberdade, de amizade verdadeira, e não de um tribunal me julgando, batendo o martelo e declarando o veredito: “culpado, não ha provas de arrependimento! “(e a dor interior que experimentava diante deles? E o choro, era simulação?). Julgar e condenar é muito fácil de fazer. Difícil é restaurar pela força do amor persistente, incondicional. É triste, mas a igreja, de um modo geral, não estava e não está preparada para fazer uma abordagem bíblica, nesse assunto que ainda é tabu (sexo, que horror!), embasada na graça restauradora do Evangelho. Penso que houve precipitação, legalismo e inveja. Resultado: meu nome foi picotado pela fofoca, jogado como papel picado ao ar, minha reputação foi manchada e minha imagem pessoal foi objeto de suspeitas malignas por muitos. Foi tempo de humilhação e morte.
Hoje eu encaro a vida cristã de forma mais graciosa ainda, mais do que antes. Não de forma ingênua ou romântica. Tenho minhas dificuldades pessoais, fraquezas e as tentações sexuais continuam e isso é absolutamente normal. Sou pastor mas também sou homem. Não esqueço nunca que sou “santo cujos pés são de barro”, e estou encaixado na classe de mortais dos quais Jesus falou: “qualquer que olhar...” ou: “quem não tiver pecado”...E agora mais do nunca, consigo ver Jesus, como homem ,encarando as tentações olhando a grandeza do Amor do Pai e a superabundância de Sua Graça, por isso, Ele se tornou nosso Sumo Sacerdote capaz de nos ajudar, de se condoer (sofrer junto) de nossas fraquezas, me oferecendo a possibilidade da vitória em tentações em qualquer área da vida. Mas também Ele será infinitamente compreensivo se voltar a fraquejar (Que Deus me livre). E assim eu abordo as dificuldades dos que de mim se aproximam.
Além disso, corria paralelo, certa tensão de liderança. Minhas opiniões e idéias já não batiam bem. Minha visão sobre vários aspectos práticos como liturgia, disciplina, crescimento da igreja, utilização da cultura como gancho evangelístico, evangelismo urbano, pensamentos sobre rock, abordagem com pessoas diferentes que usam piercing e tatuagem, todas essas coisas divergiam com o pensamento de uns e feriam os brios de outros, mais conservadores. E como eu já a algum tempo alimentava o desejo de ser pastor de uma comunidade para levar adiante meus sonhos antigos e aplicar minhas idéias sobre evangelização urbana, aproveitei o momento e saí. Deixei tudo para trás, comecei tudo do zero.
Durante todo esse tempo de crise braba, tive o apoio incondicional de minha esposa, de meus filhos e de amigos mais chegados que irmãos.
Quando saí definitivamente da IPM, instaurei uma liderança composta de homens idôneos, meus amigos pessoais, e cumpri o tempo estabelecido de minha disciplina, depois celebramos minha volta à direção do Abrigo R15.
Comunidade cristã Abrigo R15
O Abrigo R15 é um sonho alimentado desde os tempos do seminário. Meu autor preferido nessa época era o Francis Schaeffer e seu fascinante L’abri. O projeto de um grande centro de convergência de jovens, onde suas necessidades fossem atendidas foi e é meu grande projeto de vida.
Começou quando eu assumi o ministério de bandas da IPM. Havia grande resistência sobre o Rock e eu adotei a garotada que gostava de som “pauleira”. Fiz um projeto voltado para a evangelização urbana onde os jovens das bandas fossem até os malucos da cidade através de abordagem de amizade e convivência, indo nas tocas onde eles estavam. Antes, haveria toda uma preparação espiritual, com oração, cursos específicos para entenderem a cidade e as tribos urbanas que se formam em guetos culturais, etc, e com acompanhamento de perto, teriam sua experiência de sair da linha de conforta da igreja, para descer o vale e se identificar com os necessitados do mundo. Para variar, não houve apoio da liderança. Não, eles vão se perder, vão se contaminar. Era preferível as bandas de rock continuarem tocando em “quermesse”de igreja, para um público que não tolerava rock dentro da igreja. Pode uma coisa dessas?
Fiz um segundo projeto para formação de uma comunidade alternativa, uma igreja emergente voltada para a geração pos-moderna, juntamente com um grupo de amigos e pessoas que “compraram”a idéia de participarem de uma igreja diferente, voltada para a aceitação incondicional de todas as pessoas, incluindo e acolhendo os diferentes, cabeludos, tatuados, roqueiros e rejeitados pela sociedade. Estavam assim fincados os alicerces da Comunidade Cristã Abrigo r15.
Hoje, o Abrigo não é uma igreja somente de undergrounds. Ela é uma sociedade diversificada, composta de jovens undergrounds, com seus piercings, tatuagens e alargadores, de roqueiros, mas também de outros “normais”, com vestes normais, de famílias, com adolescentes, jovens senhoras e crianças, homens de negócio, ou seja, uma comunidade de aceitação plena que coloca em prática seu pressuposto de ser uma igreja acolhedora baseada em Romanos capítulo quinze, versos de um a sete.
Para o futuro, visualizamos um galpão com auditório permanente com programas alternativos à noite, com teatro, poesia, dança, palestras com assuntos pertinentes, um lugar com salas de aconselhamento, salas de atendimento jurídico e assistência social, estúdio de imagem e som, salas profissionalizantes com silkscreen e inclusão digital. Na frente uma boa livraria e um pub de convergência onde servirá de centro de convivência de dia e de lugar de culto, domingos à noite. Penso também em uma gráfica onde produziremos nossos materiais didáticos, panfletos e resvistas em quadrinhos. Um estúdio de animação e cinema estão também incluídos no projeto do Abrigo.
50 anos passaram. Oro a Deus para que possa ver e apalpar essa sonho, ainda em vida, de forma concreta, dentro da vontade de Deus. Assim
Esperamos e assim aguardamos. Você quer sonhar comigo?
Comentários
Espero continuar tendo experiências maravilhosas agora no abrigo r15 e estar me aproximando mais ainda dessa familia q Deus colocou em minha vida.
Que como a minha ,não é perfeita,mas busca no Senhor o "sermos santos irrepreensiveis"
me sinto previlegiado por ser filho desse cara =]
Manel, Deus o ama e os sonhos não terminaram. Vou sonhar contigo!
Obrigada pelo excelente blog, o Senhor tem uma influência muito grande na minha vida, gosto muito do Senhor e da sua família.
bjos
Grande Abraço.
Como citou o Jean, nas tardes de sábado com os estudos bíblicos do grupo, nas reuniões e churrascos naquela sua casa do D. Pedro, no Monte Sião principalmente, foram tempos de ouro onde crescemos como irmãos em Cristo.
Deus te abençoe neste projeto do ABRIGO e, saiba que, as feridas cicatrizaram e não há mais mágoas em meu coração em relação à sua pessoa.Há sim, agora, muitas idéias a serem postas em prática musicalmente falando.
Grande Abraço a Vc e na Tia Lena.
Serginho
Deus abençoe :)
Adveniat regnum tuum
O mais lindo é ver a restauração de tudo... o amor e a amizade que veio depois de toda essa turbulência...
Como eu disse naquele dia, me orgulho de ver o homem que tu és e tem se tornado...
Um abração... eu te amo!
Um abraço daquele que um dia viu o projeto ainda no papel.
Paz
Oziel- Cruzeiro do sul -Acre
Li o seu texto e gostei da sinceridade e transparência - só filhos de Deus se expõem dessa forma - você é um cabra-macho de Deus.
Que o Eterno te abençõe e te guarde bem como sua família.
Pode contar comigo.